Despaixão ou catarse adiada
A vidraça enegrecida fita-me de volta. Lá fora, Lisboa quase adormecida recolhe as garras. Nas pontas dos meus dedos, as teclas ásperas do costume ronronam. Continue a ler “Despaixão ou catarse adiada”
A vidraça enegrecida fita-me de volta. Lá fora, Lisboa quase adormecida recolhe as garras. Nas pontas dos meus dedos, as teclas ásperas do costume ronronam. Continue a ler “Despaixão ou catarse adiada”
E se os quarenta fossem hoje? Agora? E os planos substitutos, os desejos por agora e o anonimato fantasias? Somos fantasmas daquilo que nunca seremos. Esta sou eu: uma folha em branco inconsciente de si mesma. Continue a ler “Como os sonhos nos perseguem ou somos ecos”
Éramos selvagens. Esgotados pela macicez sôfrega de um oceano que se deixava engolir pelo céu, discutíamos políticas pessoais, deixando o mundo acabar-se longe desse pequeno paraíso de que só queríamos abdicar.
Continue a ler “O exótico ou chuva de verão”
Partilho a alma com o arquipélago. À deriva, ouso o bálsamo da cidadania mundial, sentindo a dor que é não ter a língua azulada pelos quilos inesgotáveis de amoras e carinhos que só a ilha sabe dar. Porque a insularidade nos está no sangue:
Continue a ler “Amoras ou sair da ilha é ficar nela”
Calhamaços bolorentos dividem a cama comigo. Lá dentro, Paris ao entardecer dá as mãos às manhãs gélidas de Londres. “A memória é a minha carcaça”, digo-lhe eu antes de sentir o duro golpe dessa arma imprevisível: o inexistente vocábulo que é a adultez.
Continue a ler “O melhor do que está para vir é a confusão de hoje?”
Organize um mês perfeito: limpo, saudável e tão fácil quão delicioso. Preveja-o, saboreie-o, esqueça-o. O imprevisto é a porta inevitável para a Alice exausta em todos nós.
Continue a ler “O imprevisto é uma bomba-relógio”
(Oh) Ser omnipresente, proprietário de um avião e capaz de fazer do mundo um punhado de plasticina entusiasmante…
Continue a ler “[Outras] saudades que não sabíamos que tínhamos”
Folgue neste Dia do Trabalhador. Puxe a cadeira, devore um pequeno-almoço de rei e recuse a fatiga: aprecie o sucesso do alto da sua merecida pausa.
Continue a ler “Expire ou o sucesso é um vício”
Germinam-nos opiniões como coelhadas não tão agradáveis e, sobretudo, insensíveis ao choque. Esta semana, o silêncio, o outro e o erro como antídotos dessa asfixia opinante!
Continue a ler “Porque não te calas? O império da opinião”
Ou os novos europeus. Continue a ler “Quem semeia conflitos colhe refugiados”
Engolidos pelo medo do imprevisível, toleramos o já pronto concebido, vulgo preconceito, como quem afoga a liberdade numa campanha entusiasta pelo livre direito de ser autoritário. O conforto continua a matar-nos:
Continue a ler “Liberdade, a quanto obrigas”
Ou o quão fácil é cair na ilusão indolor de um dos bateres de asas mais lancinantes de sempre. Preparados para voar [mudar]?
Continue a ler “O quão difícil é voar?”
Ou como importar mundos, viver um amor e ser [in]feliz.
Continue a ler “Somos quem e de quem mesmo?”
A solidão é uma quimera tola; o mundo o supremo dos ecrãs; o corpo um recipiente pesado de um “outro” perturbador. O real, a realidade e o imenso nó na minha cabeça.
Continue a ler “Ecrãlismo ou o peso da alma”
A existência é um purgatório doloroso entre a completa insanidade e a insana crença de que a felicidade é para sempre.
Continue a ler “A felicidade tem prazo de validade”
Não nos iludam com a permissão da igualdade. A reconstrução da fachada não nos alimenta, sobretudo quando ainda nos pesa sobre os ombros esse olhar violador do género e a certeza de que somos tão fracas que nos será impossível triunfar. Continue a ler “O feminismo não é uma moda. É uma guerra fria”